terça-feira, 8 de julho de 2008

Dromos 2006 to Present





Untitled (Dromos series) 2008
Indian ink on paper
52, 5 x 65 cm


Untitled (Dromos series) 2006
Indian ink on Offset paper
30 x 42 cm
Fundação PLMJ - PLMJ Foundation Collection


Untitled (Dromos series) 2006
Indian ink on Offset papper
100 x 70 cm
Private Collection (Spain)

Untitled (Dromos series) 2006
Indian ink on Offset paper
69, 6 x 54, 3 cm
Luiz Augusto Teixeira de Freitas Collection



Os desenhos apresentados são híbridos de lugares reconhecíveis e adaptações próximas da “deriva situacionista” de espaços da experiência colectiva: museus, ruas, aeroportos, edifícios, monumentos, etc. A mobilização do espaço público e do espaço doméstico, a «mobilização constante do nosso campo de percepção», essa «mobilização repentina da ilusão do mundo […] vindo o corpo próprio da testemunha a ser o último território urbano».[1]As cidades são imagens sobre a globalização e simultaneamente paisagens em que o conflito entre o centro e a periferia está presente. No início, os desenhos são, não mais do que pequenas “representações” de construções arquitectónicas numa folha de papel em branco que vão marcando a conexão com outras pequenas construções, muitas vezes até a folha ficar preenchida quase na sua totalidade. É impossível reconhecer algumas das cidades que são apresentadas. As redes das ruas proliferam em “fugas” serpentinas, que parecem que se desgastam à distância; as áreas residenciais e industriais, delineadas de outra maneira claramente em mapas da cidade, tornam-se sobrepostas. As imagens representam (em algum grau de simplificação ou abstracção formal) o que alguma vez se viu, “associado a sentimentos e razões.” Cada mancha, cada signo representado revive uma memória, não se trata de contenção, nem de academismo, nem de carácter decorativo, nem de previsibilidade. Há uma constante experimental, um risco assumido em permanência, acumulação de formas e, sinais oferecidos sobre a superfície, uma perspectiva fragmentada.Concretizo um trabalho sobre a memória própria e a ficção dessa memória, onde são possíveis imagens e pormenores, que só se entendem como sínteses, abruptas, contracções brutais, associações poéticas. Os desenhos representam paisagens “infinitas”, horizontes nunca habitadas: a presença humana, se existisse seria ínfima diante de essa hegemonia da paisagem.
[1] Virilio, Paul, A Velocidade de Libertação, Tradução de Edmundo Cordeiro, Relógio D’Água, 2000, p. 8

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